quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vuvuzela


A vuvuzela é uma corneta de cerca de um metro de comprimento, usada pelos torcedores em jogos de futebol na Africa do Sul.

Isto era o que eu sabia, na minha fraca cultura, acerca da tal de "vuvuzela" antes do arranque da campanha do mundial de futebol 2010.
Confesso que nunca a tinha visto nem ouvido até ontem, quando assisti pela televisão ao jogo de preparação, entre Portugal e Moçambique.
Lá longe, num país distante, a vuvuzela faz parte dos costumes de um povo.
Foi com admiração, que tomei conhecimento da tradição de uma cultura até então para mim desconhecida.
Sabia apenas que a Galp, numa das suas geniais campanhas de venda, estava a promover a comercialização de milhares de vuvuzelas nos seus postos de abastecimento nos meses que antecederam a competição.




Instalei-me no sofá, liguei a TV e ao assistir à transmissão do dito jogo, logo de inicio, achei o barulho vindo das bancadas, incomodativo. Reduzi volume do som da minha TV, convicto de que o problema estava aí.
Tentei concentrar-me nas imagens, mas o ruído era tanto que acabei por desligar o som por completo.
Passados uns instantes voltei a aumentar ligeiramente o som e de novo, sou confrontado com o incómodo que aquele ruído me causa.




Por mais que me tente concentrar no jogo, a minha atenção é levada para as bancadas de onde nasce aquele insuportável ruído. E, ao invés de "ver" pessoas sentadas, a minha imaginação fértil "vê" um enxame de vespas zunindo a estes ouvidos incrédulos, ruídos estranhos ao meu vocabulário.
Fica, assim, relegado para segundo plano as peripécias do jogo.
E fica, assim, para outra oportunidade, o comentário a um costume já há muito, enraizado num povo longínquo dos meus "saberes".


Quanto ao espectáculo propriamente dito, confesso que me vai ser difícil apreciar um jogo de futebol imaginando que nas bancadas, estão moscas barulhentas em vez de adeptos que estão simplesmente, a torcer pela sua equipa.


-Serão mais as moscas nos estádios, naquela terra distante, que pessoas?
-Estará a minha imaginação fértil, a pregar-me uma partida?
-Estarei eu a ficar demente?
-Ou é apenas o gosto que tinha pelo "desporto rei" a fraquejar?


Com ou sem Vuvuzela,
Com ou sem som,
Com ou sem imaginação,
Com ou sem demencia,
Com ou sem zunido,
Com ou sem moscas,
Com ou sem vespas...

Que Portugal honre, em terras distantes, o País que representa.

Com ou sem "caneco", que seja Portugal a imagem de um povo de costumes civilizados.

E, se são as moscas comuns a Países tão distantes, que sejam os hábitos distintos a Continentes tão divergentes, que façam a diferença nesta aldeia global de que todos fazemos parte.

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