quarta-feira, 30 de junho de 2010

As mulheres no Paquistão




No Ocidente, o Paquistão é conhecido pelos seus costumes rígidos e pouco ortodoxos, bem assim como sendo um País "exportador" de terrorismo.
Mas, o que muita gente desconhece é que este país, aliado dos Estados Unidos, vive no seu interior num ambiente de terror, fruto do seu fundamentalismo alicerçado no fanatismo de uma religião que não dá tréguas à dignidade Humana.
Exemplo disso é a criação de uma polícia moral islâmica que veio limitar ainda mais os direitos das mulheres, já de si praticamente inexistentes.

A violência contra as mulheres vai desde "assassinatos por honra", pelo simples facto de falarem com um homem, "casá-las com o Alcorão" para que não possam ser herdeiras da família, ou a prática de um costume ainda hoje muito usado que se chama "swara", no qual a mulher é vendida, estuprada ou forçada a se casar com um homem em troca de uma dívida da sua família.

Os homens, sob a protecção das leis de um País bárbaro, praticam os mais variados crimes contra as suas mulheres, cometendo actos de verdadeiro terrorismo, chegando a "queimar a cara das vítimas com ácido".
Os resultados deste absurdo são graves não apenas do ponto de vista físico, mas do psicológico, afinal para estas pessoas a vida nunca mais será a mesma.
As histórias de quem sofreu este tipo de ataque são tristes e trágicas. Uma delas foi obrigada a se casar com a pessoa que a atacou por causa da pressão social pelos costumes tradicionais.
Resta dizer que os agressores ficam não só impunes, como aos olhos da sociedade, são vistos como "pessoas" integras, que se limitaram a limpar a sua "honra", o seu "bom nome" e a "dignidade" a que sentem ter direito.

"As imagens que se seguem podem ferir susceptibilidades das pessoas mais sensíveis"



Irum Saeed, 30 anos, foi queimada no rosto, nos ombros e nas costas há 12 anos por um rapaz com quem ela havia rejeitado se casar.
Ele a atacou no meio da rua.
Irum já passou por 25 cirurgias plásticas.



Kanwal Kayum, 26 anos, também foi queimada por não querer se casar com um rapaz.
Ainda não foram feitas cirurgias.



Shahnaz Bibi, 35 anos, foi queimada com ácido há 10 anos por um parente por causa de uma disputa familiar.
Ela nunca passou por uma cirurgia plástica.



Saira Liaqat, 26 anos, mostra uma foto que tirou antes de ter o rosto queimado pelo ex-marido. Ela se casou com um parente aos 15 anos de idade e ficou a morar com a sua família até terminar a escola. Ela teve o rosto queimado após diversas tentativas frustradas por parte do marido de levá-la para morar com ele.
Saira fez 9 cirurgias plásticas.



Shehnaz Usman, 36 anos, foi queimada por um familiar por causa de uma disputa entre os parentes.
Ela passou por 10 cirurgias plásticas.


Shameem Akhter, 18 anos, foi estuprada por três homens que depois jogaram ácido na sua cara.
Ela passou por 10 cirurgias plásticas.



A Acid Survivors Foundation do Paquistão tenta angariar fundos para ajudar com tratamentos médicos (principalmente cirurgias plásticas e fisioterapia), as vítimas destes horrendos crimes.


Fonte: Izismile

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O beijo



Quem disse que "um beijo é só um beijo" certamente não foi beijado com um daqueles de tirar o fôlego. Um beijo pode ser sexy, doce, lento, rápido, suave, simples, quente. O vocabulário é pouco para dizer tudo o que os lábios podem transmitir.

O beijo por si só é uma arte e o Kama Sutra reconhece seu poder para expressar sentimentos, emoções e paixões. Por isso, no livro há descrição com detalhes dos beijos e ocasiões em que cada um dos tipos de beijo devem ser usados.

O acto de beijar combina três sentidos: o paladar, o tato e o olfato. Se cada sentido, separadamente, é capaz de produzir uma forte reação emocional, os três juntos podem transportar a pessoa para o "sétimo céu".



Os beijos podem ir desde um contacto fugaz, como um atrito inesperado, até uma fusão de dois corpos por meio dos lábios. Nos dois extremos, existem numerosas variações, ainda que muitas pessoas descuidem desta habilidade que, como todas, está sujeita às leis de aprendizagem: constância, criatividade e paciência. Segundo o Kama Sutra, os 30 tipos de beijos são:

1. Beijo de lado
Quando as cabeças das duas pessoas se inclinam em direcções opostas e o beijo é produzido nessa postura.
Essa é uma das formas mais comuns de se beijar e a preferida dos filmes. As cabeças inclinadas permitem um melhor contacto dos lábios e uma penetração profunda da língua. É um modo excelente de começar um encontro amoroso apaixonado e também um modo de estimular a paixão entre o casal.

2. Beijo inclinado
Quando um dos dois coloca a cabeça para trás e a outra pessoa, que a segura pelo queixo, a beija. A doçura e o afeto são as emoções principais que são transmitidas com esse beijo. Um beijo desse tipo é apropriado para os preliminares, quando se prefere fazer sexo com lentidão e de frente.

3. Beijo direto
Quando os lábios dos dois se unem directamente e se chupam como se fossem uma fruta madura. É um tipo de beijo em que o importante é que além de serem chupados, os lábios sejam mordiscados e levemente acariciados com a língua. É um beijo tranqüilo e demorado, que pode expressar uma forte paixão e que excita muitas pessoas mais do que o beijo de língua.

4. Beijo pressão
Os lábios se pressionam fortemente com a boca fechada. É um beijo para iniciar a relação ou para terminá-la, não convém mantê-lo por muito tempo. Os dentes se cravam na parte interior dos lábios e pode sair sangue.

5. Beijo superior
Quando um dos dois pega o lábio superior com seus dentes e o outro devolve o "carinho" beijando-lhe o lábio inferior. Na descrição deste beijo fala-se que uma pessoa do casal deve tomar a iniciativa e o outro se limita a correspondê-la. Uma possível razão para isso é que o Kama Sutra foi escrito para homens activos e mulheres passivas. Mas, nos casais actuais, cada um deve ser o mais criativo possível e deixar que a imaginação se expresse como ela é, e não se limite a responder a iniciativa do outro.

6. Beijo broche
Quando um dos dois se prende aos lábios de seu amante, isso é chamado de beijo broche. E se o que realiza o beijo toca seus dentes, a gengiva ou o céu da boca com a língua, esse beijo chama-se "luta de língua".

7. Beijo palpitante
Quando um dos dois deposita sobre os lábios milhares de beijos bem pequenos percorrendo toda a boca e as comissuras (junção dos lábios).

8. Beijo contato
Quando se toca ligeiramente com a língua a boca do outro e faz apenas contacto com os lábios.

9. Beijo para acender a chama
É o beijo na comissura (junção) dos lábios que costuma ser dado no meio da noite para incendiar a paixão.

10. Beijo para distrair
O beijo ideal para quando vocês estiverem assistindo a algo na televisão e a pessoa quer chamar a atenção do parceiro com seus beijos. Para começar, lembre-se de que nem todos os beijos precisam ser na boca. Segundo o Kama Sutra, outros lugares recomendados para iniciar a "batalha" são: a testa, os olhos, as bochechas, o peito, os seios, a zona abaixo da boca, a cabeça, a nuca e o pescoço junto com a clavícula.

11. Beijo nominal
Quando um dos dois se limita a tocar a boca do outro, depois de beijá-la, com os dedos.

12. Beijo com os cílios
Quando se percorre os lábios ou o rosto do outro e se acariciam os cílios com beijos.

13. Beijo com um dedo
Quando o amante percorre a boca da amada por dentro e por fora com um dedo.

14. Beijo com dois dedos
Quando o amante fecha dois dedos, molha-os ligeiramente nos lábios da amada e faz uma pressão sobre sua boca.

15. Beijo que desperta
O beijo que se dá nas têmporas, próximo da raiz do cabelo, quando o outro está dormindo, para despertá-lo com suavidade.

16. Beijo que demonstra
Costumam ser dados à noite e em lugares públicos. Um dos dois se aproxima do outro e o beija suavemente na mão ou no pescoço.

17. Beijo da lembrança
É dado quando os amantes estão descansando após a satisfação sexual e um dos dois coloca a cabeça sobre a coxa do outro e deixa-a cair, como se estivesse com sono, beijando-lhe na coxa ou nos dedos do pé.

18. Beijo transferido
Esse beijo ocorre quando o amante, na presença da amada, beija alguém que esteja próximo dele no rosto, ou mesmo alguma foto ou qualquer outra coisa, olhando para ela como se o beijo fosse para a parceira.

19. Beijo choroso
É produzido quando um dos dois sente tanta falta do outro, que na ausência do outro beija seu retrato.

20. Beijo viajante
Ainda que pareça que os beijos sempre costumam se centralizar na boca, colocar os lábios em outras partes do corpo é uma forma de excitação garantida.

21. Beijo no peito
Os beijos mais efectivos nos seios são os que se aplicam primeiro com os lábios, suavemente e com um pouco de saliva. Depois, intensifica-se a pressão e, se a parceira o deseja e gosta desse tipo de beijo, pode-se pegar os seios com os dentes e pressionar ligeiramente. Algumas pessoas preferem sentir um pouco de dor nos seios quando estão prestes a ter um orgasmo.

22. Beijo sem pressa
A chave é prestar total atenção no corpo do outro. Quanto mais controle você tiver e mais se concentrar em acariciar e beijar cada canto do corpo, mais intensa será a sensação de prazer para ambos.




Onde há amor, há dor.
Segundo a tradição erótica da Índia, a mordida é um elemento muito importante e o Kama Sutra dá uma boa lista de mordidas com toda riqueza de detalhes.

As mordidas costumam ser dadas em quase todas as partes do corpo e vão desde a mordida brincalhona, mais provocadora que erótica, até o forte apertão com os dentes que costuma ser dado no calor da paixão e faz com que os orgasmos sejam mais duradouros. No entanto, muitos costumam evitar este último tipo de mordida, porque é difícil de controlar e costuma deixar marcas muito evidentes. Também porque durante o orgasmo as mandíbulas podem sofrer um espasmo e fechar com força, o que pode ocasionar feridas.

As mordidas recomendadas pelo Kama Sutra são:

23. Mordida de Javali
O rastro que deixa na pele são como filas indianas, muito próximas umas das outras e com intervalos vermelhos como as pegadas que costumam ser deixadas pelos javalis no barro. É uma mordida que costuma ser feita no ombro.

24. A nuvem quebrada
Consiste em levantamentos desiguais da pele em círculo, produzidos pelos espaços que há entre os dentes. O Kama Sutra especifica que este tipo de mordida deve ser feita no peito.

25. Mordida escondida
É a mordida que só deixa uma intensa marca vermelha e que deve ser dada no lábio inferior.

26. Mordida clássica
Quando se pega com os dentes uma grande quantidade de pele.

27. O ponto
Quando se pega com os dentes uma pequena quantidade de pele de tal maneira que só fique uma marca como um ponto vermelho.

28. A linha dos pontos
Quando essa pequena porção de pele é mordida com todos os dentes e todos eles deixam sua marca. Deve ser dada na testa ou na coxa.

29. O coral e a jóia
É a mordida que resulta da junção dos dentes e dos lábios. Os lábios são o coral e os dentes são a jóia.

30. A linha de jóias
Quando se dá uma mordida com todos os dentes.

Fonte: [Terra]

São muitos tipos de beijo, né?
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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vuvuzela


A vuvuzela é uma corneta de cerca de um metro de comprimento, usada pelos torcedores em jogos de futebol na Africa do Sul.

Isto era o que eu sabia, na minha fraca cultura, acerca da tal de "vuvuzela" antes do arranque da campanha do mundial de futebol 2010.
Confesso que nunca a tinha visto nem ouvido até ontem, quando assisti pela televisão ao jogo de preparação, entre Portugal e Moçambique.
Lá longe, num país distante, a vuvuzela faz parte dos costumes de um povo.
Foi com admiração, que tomei conhecimento da tradição de uma cultura até então para mim desconhecida.
Sabia apenas que a Galp, numa das suas geniais campanhas de venda, estava a promover a comercialização de milhares de vuvuzelas nos seus postos de abastecimento nos meses que antecederam a competição.




Instalei-me no sofá, liguei a TV e ao assistir à transmissão do dito jogo, logo de inicio, achei o barulho vindo das bancadas, incomodativo. Reduzi volume do som da minha TV, convicto de que o problema estava aí.
Tentei concentrar-me nas imagens, mas o ruído era tanto que acabei por desligar o som por completo.
Passados uns instantes voltei a aumentar ligeiramente o som e de novo, sou confrontado com o incómodo que aquele ruído me causa.




Por mais que me tente concentrar no jogo, a minha atenção é levada para as bancadas de onde nasce aquele insuportável ruído. E, ao invés de "ver" pessoas sentadas, a minha imaginação fértil "vê" um enxame de vespas zunindo a estes ouvidos incrédulos, ruídos estranhos ao meu vocabulário.
Fica, assim, relegado para segundo plano as peripécias do jogo.
E fica, assim, para outra oportunidade, o comentário a um costume já há muito, enraizado num povo longínquo dos meus "saberes".


Quanto ao espectáculo propriamente dito, confesso que me vai ser difícil apreciar um jogo de futebol imaginando que nas bancadas, estão moscas barulhentas em vez de adeptos que estão simplesmente, a torcer pela sua equipa.


-Serão mais as moscas nos estádios, naquela terra distante, que pessoas?
-Estará a minha imaginação fértil, a pregar-me uma partida?
-Estarei eu a ficar demente?
-Ou é apenas o gosto que tinha pelo "desporto rei" a fraquejar?


Com ou sem Vuvuzela,
Com ou sem som,
Com ou sem imaginação,
Com ou sem demencia,
Com ou sem zunido,
Com ou sem moscas,
Com ou sem vespas...

Que Portugal honre, em terras distantes, o País que representa.

Com ou sem "caneco", que seja Portugal a imagem de um povo de costumes civilizados.

E, se são as moscas comuns a Países tão distantes, que sejam os hábitos distintos a Continentes tão divergentes, que façam a diferença nesta aldeia global de que todos fazemos parte.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Touradas



A violencia, o sangue, a crueldade que se vive numa arena e presenciada por milhares de pessoas afectas à "cultura" e à "arte" é na minha opinião, a negacão da inteligência com que a humanidade se vai entretendo.
Para proporcionar aberrantes prazeres a um animal que se diz racional, evocam-se laços com os "costumes", proporcionando espectáculos degradantes e reprováveis.
Desperdiçam-se milhares de hectares de terra para manter as manadas de gado, dito bravo, quando Portugal é obrigado a importar metade da alimentação que consome.
A tortura, o sangue e o sofrimento bárbaro patrocionados todos os anos pelo canal de televisão estatal servem apenas uma minoria insensivel e ávida das reminiscências das arenas da decadência do Império Romano.

Depois, sempre que existe um acidente nas ditas arenas, onde um toureiro sai "maltratado", enchem-se páginas de jornais chorando o azar que se abateu em tão corajosa criatura.
Retrato disso mesmo, foi o caso recente de Julio Aparicio, toureiro Espanhol que levou uma cornada no pescoço, saíndo o chifre do "feroz" animal, pela sua boca. Vitima inocente, bravo heroi que arrisca a sua vida contra um animal irracional e violento.
A imagem que se segue, demonstra a crueldade de tão brutal criatura, insensivel à dor que causa e às perdas de que é responsável na "inteligente" e "civilizada" Humanidade:


O pequeno-grande detalhe é que ninguem fala nada sobre o Touro.
Mas podem ter a certeza, ele morreu...
É este, afinal, o final de todo o Touro!
Uma morte cruel, violenta, sádica e sobretudo... a troco do prazer de quem (ainda) consegue ver na tortura uma arte.


domingo, 6 de junho de 2010

PEC

Assunto:
NOVO CÓDIGO DE TRABALHO (2010-2013 segundo o PEC)
ALTERAÇÃO AO CÓDIGO DO TRABALHO


1.INDUMENTÁRIA:



Informamos que o funcionário deverá trabalhar vestido de acordo com o seu Salário.
Se o virmos calçado com uns ténis Adidas de 100EUR ou com uma bolsa Gucci de 150EUR, presumiremos que está muito bem de finanças e portanto, não precisa de aumento.

Se ele se vestir de forma pobre, será um sinal de que precisa aprender a controlar melhor o seu dinheiro para que possa comprar roupas melhores e portanto, não precisa de aumento.
E se ele se vestir no meio-termo, estará perfeito e portanto, não precisa de aumento.

2.AUSÊNCIA DEVIDO A DOENÇA:

Não vamos mais aceitar uma declaração do médico como prova de doença.
Se o funcionário tem condições para ir até ao consultório médico também tem para vir trabalhar.

3 CIRURGIA:

As cirurgias são proibidas.
Enquanto o funcionário trabalhar nesta empresa, precisará de todos os seus órgãos, portanto, não deve pensar em tirar nada. Nós contratámo-lo inteiro.
Remover algo constitui quebra de contrato.

4 AUSÊNCIAS DEVIDO A MOTIVOS PESSOAIS:

Cada funcionário receberá 104 dias para assuntos pessoais, em cada ano. Chamam-se Sábados e Domingos.

5 FÉRIAS:

Todos os funcionários têm direito a gozar ainda mais 12 dias de férias nos seguintes dias de cada ano:
1 de Janeiro,
Dia de Páscoa
25 de Abril,
1 de Maio,
10 de Junho,
15 de Agosto,
5 de Outubro,
1 de Novembro,
1 de Dezembro.
8 de Dezembro.
25 de Dezembro.

6 AUSÊNCIA DEVIDO AO FALECIMENTO DE ENTE QUERIDO:

Esta não é uma justificação para perder um dia de trabalho.
Não há nada que se possa fazer pelos amigos, parentes ou colegas de trabalho falecidos.
Todo o esforço deverá ser empenhado para que os não-funcionários cuidem dos detalhes. Nos casos raros, onde o envolvimento do funcionário é necessário, o enterro deverá ser marcado para o final da tarde.
Teremos prazer em permitir que o funcionário trabalhe durante o horário do almoço e, daí sair uma hora mais cedo, desde que o seu trabalho esteja em dia.

7 AUSÊNCIA DEVIDO À SUA PRÓPRIA MORTE:
Isto será aceite como desculpa. Entretanto, exigimos pelo menos15 dias de aviso prévio, visto que cabe ao funcionário treinar o seu substituto.

8 O USO DO WC:

Os funcionários estão a passar tempo demais na casa de banho.
No futuro, seguiremos o sistema de ordem alfabética. Por exemplo,
Todos os funcionários cujos nomes começam com a letra 'A' irão entre as9:00 e 9:20, aqueles com a letra 'B' entre 9:20 e 9:40, etc. Se não puder ir na hora designada, será preciso esperar a sua vez, no dia seguinte.
Em caso de emergência, os funcionários poderão trocar o seu horário com um colega. Ambos os chefes dos funcionários deverão aprovar essa troca, por escrito.
Adicionalmente, agora há um limite estritamente máximo de 3minutos na sanita. Acabando esses 3 minutos, um alarme tocará, o rolo de papel higiénico será recolhido, a porta da sanita abrir-se-á e uma foto será tirada. Se for repetente, a foto será afixada no quadro de avisos e Intranet do Serviço com o título infractor Crónico.

9 A HORA DO ALMOÇO:

Os magros têm 30 minutos para o almoço, porque precisam comer mais para parecerem saudáveis.
As pessoas de tamanho normal têm 15 minutos para comer uma refeição balanceada que sustente o seu corpo mediano.
Os gordos têm 5 minutos, porque é tudo que precisam para tomar uma salada e um moderador de apetite.



Muito obrigado pela sua fidelidade à nossa empresa.
Estamos aqui para proporcionar uma experiência laboral positiva.
Portanto, todas as dúvidas, comentários, preocupações, reclamações, frustrações, irritações, desagravos, insinuações, alegações, acusações, observações, consternações e quaisquer outras... ões' deverão ser dirigidas para outro lugar.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Currículum Vitae






Pede-se experiência...


A redacção que se segue foi escrita por um candidato numa selecção de Pessoal na Volkswagen.
A pessoa foi aceite e o seu texto está a fazer furor na Internet, pela sua criatividade e sensibilidade.



-Já fiz cócegas à minha irmã só para que deixasse de chorar, já me queimei a brincar com uma vela, já fiz um balão com a pastilha que se me colou na cara toda, já falei com o espelho, já fingi ser bruxo.

-Já quis ser astronauta, violinista, mago, caçador e trapezista; já me escondi atrás da cortina e deixei esquecidos os pés de fora.

-Já roubei um beijo, confundi os sentimentos, tomei um caminho errado e ainda sigo caminhando pelo desconhecido.

-Já raspei o fundo da panela onde se cozinhou o creme, já me cortei ao barbear-me muito apressado e chorei ao escutar determinada música no autocarro.

-Já tentei esquecer algumas pessoas e descobri que são as mais difíceis de esquecer.

-Já subi às escondidas até ao terraço para agarrar estrelas, já subi
a uma árvore para roubar fruta, já caí por uma escada.

-Já fiz juramentos eternos, escrevi no muro da escola e chorei sozinho na casa de banho por algo que me aconteceu; já fugi de minha casa para sempre e voltei no instante seguinte.

-Já corri para não deixar alguém a chorar, já fiquei só no meio de mil pessoas, sentindo a falta de uma única.

-Já vi o pôr-do-sol mudar do rosado ao alaranjado, já mergulhei na
piscina e não quis sair mais, já tomei whisky até sentir os lábios
dormentes, já olhei a cidade de cima e nem mesmo assim encontrei o meu lugar.

-Já senti medo da escuridão, já tremi de nervos, já quase morri de
amor e renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial.

-Já acordei no meio da noite e senti medo de me levantar.

-Já apostei a correr descalço pela rua, gritei de felicidade, roubei
rosas num enorme jardim, já me apaixonei e pensei que era para
sempre, mas era um 'para sempre' pela metade.

-Já me deitei na relva até de madrugada e vi o sol substituir a lua; já
chorei por ver amigos partir e depois descobri que chegaram outros novos e que a vida é um ir e vir permanente.

-Foram tantas as coisas que fiz, tantos os momentos fotografados pela lente da emoção e guardados nesse baú chamado coração...

Agora, um questionário pergunta-me, grita-me desde o papel:
-Qual é a sua experiência?

Essa pergunta fez eco no meu cérebro.
Experiência...
Experiência...

Será que cultivar sorrisos é experiência?

Agora... agradar-me-ia perguntar a quem redigiu o questionário:
- Experiência?!
Quem a tem, se a cada momento tudo se renova???




Cedico por: TB

domingo, 7 de março de 2010

Um Homem de conhecimento.



Sábado, 8 de abril de 1962
Em nossas conversas, Dom Juan sempre usava ou se referia à expressão “homem de conhecimento”, mas nunca explicava o que queria dizer com isso. Perguntei-lhe a respeito.
- Um homem de conhecimento é aquele que seguiu honestamente as dificuldades da aprendizagem – disse ele.
Um homem que, sem se precipitar nem hesitar, foi tão longe quanto pôde para desvendar os segredos do poder e da sabedoria.
- Qualquer pessoa pode ser um homem de conhecimento?
- Não; não qualquer pessoa.
- Então o que é preciso fazer para se tornar um homem de conhecimento?
- O homem tem de desafiar e vencer seus quatro inimigos naturais.
- Ele será um homem de conhecimento depois de vencer esses quatro inimigos?
- Sim. Um homem pode chamar-se um homem de conhecimento somente se for capaz de vencer os quatro.
- Então, qualquer pessoa que conseguir vencer esses inimigos pode ser um homem de conhecimento?
- Qualquer pessoa que os vencer torna-se um homem de conhecimento.
- Mas há algum requisito especial que o homem tenha de atender antes de lutar contra esses inimigos?
- Não. Qualquer pessoa pode tentar tornar-se um homem de conhecimento; muito poucos homens o conseguem, realmente, mas isso é natural.
Os inimigos que um indivíduo encontra no caminho do saber para tornar-se um homem de conhecimento são realmente formidáveis; a maioria dos homens sucumbe a eles.
- Que tipos de inimigos são, Dom Juan?
Recusou-se a falar sobre os inimigos. Disse que se passaria muito tempo até que o assunto fizesse sentido para mim. Procurei manter a conversa e perguntei-lhe se ele achava que eu poderia tornar-me um homem de conhecimento. Respondeu que ninguém poderia dizer
isso ao certo. Mas eu insisti para saber se havia algum indício que ele pudesse usar para saber se eu tinha ou não possibilidade de me tornar um homem de conhecimento. Falou que dependia de minha luta contra os quatro inimigos – se eu conseguiria derrotá-los ou ser derrotado por eles – mas que era impossível prever o resultado dessa luta.
Perguntei-lhe se ele podia usar feitiços ou adivinhação para ver o resultado da luta.
Declarou claramente que os resultados da luta não poderiam ser previstos por meio algum, porque tornar-se um homem de conhecimento era uma coisa temporária. Quando pedi que ele explicasse isto, respondeu:
- Ser um homem de conhecimento não tem permanência. Nunca se é um homem de conhecimento, não de verdade. Ou antes, a pessoa se torna um homem de conhecimento por um instante muito breve, depois de derrotar os quatro inimigos naturais.
- Você tem de me dizer, Dom Juan, que tipo de inimigos eles são.
Não respondeu. Tornei a insistir, mas ele mudou de assunto e começou a falar sobre outra coisa.


Domingo 15 de abril de 1962
Quando eu estava me preparando para partir, tornei a lhe perguntar acerca dos inimigos do homem de conhecimento. Argumentei que ia passar algum tempo sem voltar, e que seria uma boa idéia escrever as coisas que ele tivesse a dizer e pensar a respeito enquanto estivesse fora. Hesitou um pouco, mas depois começou a falar:
- Quando um homem começa a aprender, ele nunca sabe muito claramente quais seus objetivos. Seu propósito é fumo; sua intenção, vaga. Espera recompensas que nunca se materializarão, pois não conhece nada das dificuldades da aprendizagem.
“Devagar, ele começa a aprender… a princípio, pouco a pouco, e depois em porções grandes. E logo seus pensamentos entram em choque. O que aprende nunca é o que ele imaginava, de modo que começa a ter medo. Aprender nunca é o que se espera. Cada passo da aprendizagem é uma nova tarefa, e o medo que o homem sente começa a crescer impiedosamente, sem ceder. Seu propósito torna-se um campo de batalha.
“E assim ele se deparou com o primeiro de seus inimigos naturais: o Medo! Um inimigo terrível, traiçoeiro, e difícil de vencer. Permanece oculto em todas as voltas do caminho, rondando, à espreita. E se o homem, apavorado com sua presença, foge, seu inimigo terá posto um fim à sua busca.
- O que acontece com o homem se ele fugir com medo?
- Nada lhe acontece, a não ser que nunca aprenderá. Nunca se tornará um homem de conhecimento. Talvez se torne um tirano, ou um pobre homem apavorado e inofensivo; de qualquer forma, será um homem vencido. Seu primeiro inimigo terá posto um fim a seus desejos.
- E o que pode ele fazer para vencer o medo?
- A resposta é muito simples. Não deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte. Deve ter medo, mente, e no entanto não deve parar. É esta a regra! E o momento chegará em que seu primeiro inimigo recua. O homem começa a se sentir seguro de si. Seu propósito torna-se mais forte. Aprender não é mais uma tarefa aterradora. Quando esse momento feliz, o homem pode dizer sem hesitar que derrotou seu primeiro inimigo natural.
- Isso acontece de uma vez, Dom Juan, ou aos poucos?
- Acontece aos poucos e no entanto o medo é vencido da repente e depressa.
- Mas o homem não terá medo outra vez, se lhe acontecer alguma coisa nova?
- Não. Uma vez que o homem venceu o medo, fica livre dele o resto da vida, porque, em vez do medo, ele adquiriu a clareza de espírito que apaga o medo. Então, o homem já conhece seus desejos; sabe como satisfazê-los. Pode antecipar os novos passos na aprendizagem e uma clareza viva cerca tudo. O homem sente que nada se lhe oculta.


“E assim ele encontra seu segundo inimigo: a Clareza! Essa clareza de espírito, que é tão difícil de obter, elimina o medo, mas também cega.
“Obriga o homem a nunca duvidar de si. Dá-lhe a segurança de que ele pode fazer o que bem entender, pois ele vê tudo claramente. E ele é corajoso porque é claro e não pára diante de nada porque é claro. Mas tudo isso é um engano; é como uma coisa incompleta. Se o homem sucumbir a esse poder de faz-de-conta, sucumbiu a seu segundo inimigo e tateará com a aprendizagem. Vai precipitar-se quando devia ser paciente, ou vai ser paciente quando devia precipitar-se. E tateará com a aprendizagem até acabar incapaz de aprender mais qualquer coisa.
- O que acontece com um homem que é derrotado assim, Dom Juan? Ele morre por isso?
- Não, não morre. Seu inimigo acaba de impedi-lo de se tornar um homem de conhecimento; em vez disso, o homem pode tornar-se um guerreiro valente, ou um palhaço.
No entanto, a clareza, pela qual ele pagou tão caro, nunca mais se transformará de novo em trevas ou medo. Será claro enquanto viver, mas não aprenderá nem desejará nada.
- Mas o que tem de fazer para não ser vencido?
- Tem de fazer o que fez com o medo: tem de desafiar sua clareza e usá-la só para ver, e esperar com paciência e medir com cuidado antes de dar novos passos; deve pensar, acima de tudo, que sua clareza é quase um erro. E virá um momento em que ele compreenderá que sua clareza era apenas um ponto diante de sua vista. E assim ele terá vencido seu segundo inimigo, e estará numa posição em que nada mais poderá prejudicá-lo. Isso não será um engano. Não será um ponto diante da vista. Será o verdadeiro poder.


“Ele saberá a essa altura que o poder que vem buscando há tanto tempo é seu, por fim.
Pode fazer o que quiser com ele. Seu aliado está às suas ordens. Seu desejo é a ordem. Vê tudo o que está em volta. Mas também encontrou seu terceiro inimigo: o Poder!
“O poder é o mais forte de todos os inimigos. E naturalmente a coisa mais fácil é ceder; afinal de contas, o homem é realmente invencível. Ele comanda; começa correndo riscos calculados e termina estabelecendo regras, porque é um senhor.
“Um homem nesse estágio quase nem nota seu terceiro inimigo se aproximando. E de repente, sem saber, certamente terá perdido a batalha. Seu inimigo o terá transformado num cruel e caprichoso.
- E ele perderá o poder?
- Não, ele nunca perderá sua clareza nem seu poder.
- Então o que o distinguirá de um homem de conhecimento?
- Um homem que é derrotado pelo poder morre sem saber manejá-lo.
Um homem desses não tem domínio sobre si, e não sabe quando ou como usar seu poder.
- A derrota por algum desses inimigos é uma derrota final?
- Claro que é final. Uma vez que esses inimigos dominem o homem, não há nada que ele possa fazer.
- Será possível, por exemplo, que o homem derrotado pelo poder veja seu erro e se emende?
- Não. Uma vez que o homem cede, está liquidado.
- Mas, e se ele estiver temporariamente cego pelo podar, e depois o recusar?
- Isso significa que a batalha continua. Isso significa que ele ainda está tentando ser um homem de conhecimento. O indivíduo é derrotado quando não tenta mais e se abandona.
- Mas então, Dom Juan, será possível que um homem se entregue ao medo durante anos, mas que no fim ele o vença.
- Não, isso não é verdade. Se ele ceder ao medo, nunca o vencerá porque se desviará do conhecimento e nunca mais terá. Mas se procurar aprender durante anos no meio do medo, acabará dominando-o, porque nunca se entregou realmente a ele.
- E como o homem pode vencer seu terceiro inimigo, Dom Juan?
- Também tem de desafiá-lo, propositadamente. Tem de vir a compreender que o poder que parece ter adquirido, nunca é seu. Deve controlar-se em todas as ocasiões, Com cuidado e lealdade tudo o que aprendeu.



Então, saberá quando e como usar seu poder. E assim terá derrotado seu terceiro inimigo.
“O homem estará, então, no fim de sua jornada do saber, e quase sem perceber encontrará seu último inimigo: a Velhice! Este inimigo é o mais cruel de todos, o único que ele não conseguirá derrotar completamente, mas apenas afastar.
“É o momento em que o homem não tem mais receios, não tem mais impaciências de clareza de espírito… um momento em que todo seu poder está controlado, mas também o momento em que ele sente um desejo irresistível de descansar. Se ele ceder completamente a seu desejo de se deitar e esquecer, se ele se afundar na fadiga, terá perdido o último round, e seu inimigo o reduzirá a uma criatura velha e débil. Seu desejo de se retirar dominará toda sua clareza, seu poder e sabedoria.
“Mas se o homem sacode sua fadiga, e vive seu destino completamente, então poderá ser chamado de um homem de conhecimento, nem que seja no breve momento em que ele consegue lutar contra o seu último inimigo invencível. Esse momento de clareza, poder e conhecimento é o suficiente.”

A Erva do Diabo, de Carlos Castaneda