quinta-feira, 21 de maio de 2009

Poesia Cantada

Confesso que gosto de poesia. Gosto de decifrar as imagens criadas pelo autor e encontrar o ritmo num verso, de lhe interpretar a ideia, o sentido, a sua figura de linguagem.
A poesia atravessa gerações, imune ao tempo e às modas, segue imparável como se fosse a voz dos deuses, imortal no manto da memória.
Nela, encontra-se o que lá está e o que não está, o que se adivinha e o que se sente. Revigora palavras inesperadas, abraça os homens nos dias de desespero, na solidão da noite, na revolução e, acima de tudo, no amor.
Quem fica indiferente ao sentido das palavras e à sua musicalidade, quando lê o que Eugénio de Andrade escreveu? E o que, em tão poucas palavras, tanto diz:

"Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos."


Quem não estremece ao ler os versos românticos que Florbela Espanca desenhou numa qualquer folha branca, segura de si e do que queria transmitir, repletos de vitalidade quanto de tristeza, que até parece fazer amor com as palavras:

Os versos que te fiz

Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Poderia gastar aqui linhas e linhas, relembrando a poesia de Poetas como José Régio, Fernando Pessoa, Sophia de Mello Anderson, Ruy Belo, Pablo Neruda, Cecília Meireles, entre tantos outros, mas termino parafraseando o “nosso” eterno… Camões!

Mudam-se os tempos,

mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda-se a confiança;

Todo o mundo é composto de mudança,

Tomando sempre novas qualidades.


Vêem todas estas linhas repletas de “Tretas” a propósito de estar eu convencido, de que conhecia muita e boa poesia, quando me deparei com um Vídeo de um cantor que consegue aliar a melodia de uma musica divina à poesia elevada à perfeição.

Assim, para ele, aqui fica o meu humilde testemunho em forma de... rima:

“Onde estavas tu poeta
Para eu não te conhecer
Ouvir-te é uma festa…
Ler-te, assim, ao entardecer,

É como se fora um orgasmo aos sentidos
Que se elevam para lá da voz dos Deuses
Porque não fazes tu mais vídeos
Plo menos um todos os meses?

Pra me espantares sempre e de novo
Com a tua sublime mestria
Faz-me versos pra mim e pró povo
Mostra-me hoje e sempre a tua poesia!"
(estas rimas são aqui do je!)

Ora vejam se tenho ou não razao:

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